- Grau de blasfêmia: 5/5 - O ser humano é o centro do Universo, o mestre de sua própria vida. Uma total negação do senhorio de Jesus Cristo
- Grau de malignidade: 4/5 - Deus é apenas uma entidade, uma força cuja principal função é realizar os desejos do ser humano
- Grau de entretenimento: 3/5 - Filme atrai com mensagens de auto ajuda e de que "você pode conseguir TUDO o que desejar"
Atualmente o Naturalismo e o Positivismo invadiram a mente e as pregações das denominações cristãs, portanto, não é de se estranhar que tantos evangélicos depositem seus esforços e suas esperanças em si mesmos e na força da sua própria vontade e de seus próprios pensamentos. Também não é de se estranhar que o centro das atenções sejam as necessidades dos homens em detrimento dos planos do Senhor. O homem é o centro e Deus resume se a um tipo de papai Noél cuja obrigação é presentear a todos com os mais diversos tipos de bênçãos materiais.
"Não digas, pois, no teu coração: A minha força e o poder do meu braço me adquiriram estas riquezas. Antes, te lembrarás do SENHOR, teu Deus, porque é ele o que te dá força para adquirires riquezas; para confirmar a sua aliança, que, sob juramento, prometeu a teus pais, como hoje se vê."..Deuteronômio 8:17-18.
Will Filho, no site Opinião Crítica escreveu:
Outro dia recebi uma notícia que dizia; “Você pode conseguir tudo e mudar a sua vida, quer saber como?”. Ao ler a “super” notícia vi que não passava de mero positivismo alienador. Ora, alienador?
Algum tempo atrás em minha adolescência, fui um pouco influenciado por literaturas que advogavam o status de
ciência, afirmando haver inúmeras provas para suas teorias e afirmações. Um dos materiais que me recordo e chamou-me bastante atenção pela pobreza dos seus argumentos, foi “Fundamentos Científicos da Parapsicologia” do Frei Albino Aresi. Terminei a leitura e me perguntei: onde estão as fundamentações? Triste observar o quanto a ciência pode ser manipulada em prol das mistificações alheias e com isso ganhar aspecto de religiosidade empírica.
Outro livro dos que lembro foi “Use o Poder de Sua Mente”, assim como “Hei de Vencer” e outros dessa linha que enriquecem o bolso dos que vendem em nome da auto-ajuda, mas que na verdade prevalecem não pelo poder das suas mentes ou “magnetismo quântico humano-projetado” (af!), mas pelo poder irônico do mais antigo método de sucesso; o marketing da necessidade!
Mais recentemente assisti o documentário “O Segredo”. Aspecto de seriedade, cientificidade, polêmica, então eu vi, porém me arrependi. Explico:
Ao que interessa:
Restringindo-nos mais a era moderna, temos no século XVII, (perceba, século 1700!) um sujeito que ganhou certa notoriedade com suas teorias, Franz Anton Mesmer, mais conhecido como Mesmer. Seu movimento, o Mesmerismo, repercutiu muito na Europa empolgada com a revolução industrial, as novas descobertas das ciências e o novo cenário religioso mundial iniciado com o advento da reforma protestante culminado lá por 1517-45, porém iniciado uns 300 anos antes sob atrofismos e omissões.
Mesmer advogava a idéia de que era possível curar, influenciar e alterar estados materiais e do consciente com a força magnética. Para isto desenvolveu diversos métodos, alguns semelhantes ao que é utilizado hoje na Rabdomância, uma espécie de varinha metálica, que segundo ele era capaz de detectar campos de força concentrada e a partir daí, atuar nesse campo, seja ele num corpo humano ou num simples ambiente, descentralizando ou canalizando tais forças para direções diferentes e assim curando o indivíduo ou modificando o quadro energético do ambiente. O magnetismo mesmeriano dizia também que tais forças não apenas se encontravam livres no meio que nos cerca, mas que também partem de nosso consciente, e por isso, podemos ter certo controle sobre as ações desse meio através da influência magnética. Portanto, era “controlando o poder do magnetismo que se podia manipular o meio”
Após isso, já no século XIX Hippolyte Léon Denizard D'Rivail, mais conhecido como Alan Kardec, resolveu escrever literaturas que, segundo ele, seriam compilações de uma nova doutrina ou conhecimento de forças espirituais a ele reveladas. A verdade, no entanto, é que Kardec inspirou-se não apenas nas teorias de Mesmer, como reorganizou escritos feitos décadas antes de suas principais publicações, ocorridas por volta de 1853 à 1858. O Espiritismo então organiza-se como algo revelado, embora seus conceitos sejam conhecidos a mais de 6 mil anos nos Vedas hindus, sendo esses (os Vedas) não apenas a fonte original para toda a teoria da reencarnação, evolução e divinização do ser humano, como a grande mãe para uma gama de filosofias religiosas modernas juntamente com o Taoismo chinês.
Já em 1875, a russa Helena Petrovna Blavatsky, após suas buscas na Europa e no Oriente por “elevação pessoal”, vai a Nova York e funda juntamente com outro místico chamado Henry Stel Olcot a Sociedade Tesófica, que semelhante ao espiritismo kardequiano suscita ares de ciência, filosofia, tendo como um dos credos principais a compreensão de que o humano é parte divina, de um imenso todo divino, em um grande tudo em evolução ( \o/ ).
Importante é saber e observar com esta minúscula exposição histórica, as raízes do que hoje vêm dar respaldo as muitas teorias filosófico-religiosamente-científicas (Ufa!) que temos em mãos, suas principais correntes como a Metafísica (hoje personificada como Física Quântica, pois a física quântica foi a metafísica da mecânica clássica e continua tendo numerosas teorias metafísicas), a Parapsicologia, (hoje com vertentes como a Psicologia transpessoal e mais simplesmente a Metapsicologia), a Rabdomância e agora a grande explosão das ciências orientais e seus efeitos mil e uma utilidade, enquadram um corpo teórico difícil de peneirar, principalmente quando misturam elementos ditos científicos com interesses de capital financeiro.
No documentário, para os cientistas que enfatizaram dizendo “a Física Quântica é a ciência das possibilidades”, até que no decorrer do mesmo fizeram inúmeras afirmações, agravando ainda mais quando aproximava-se do final e já não eram simples afirmações, mas colocações conclusivas, isto é, onde ficou a ciência das possibilidades? Ok, provavelmente estava quando preparavam um arsenal de postulados teóricos para convencer e literalmente----impressionar----- aqueles que, de fato, são mais propensos a crenças parciais e embaladas pelo desejo de ser deus. Estes que logo se manifestam nos comentários afirmativos, cheios de EU, cheios deachologias, pouco de pensamento sistemático.
Estou criticando a Física Quântica? Claro que não. Sou contra a Física Quântica? Claro que não! Isso iria de encontro a muito do que penso, estou apontando, limitadamente, sem qualquer instrumento e apoio teórico visível (não porque falte, e se faltasse não escreveria) àquilo que na apresentação dos teóricos apresentados no documentário foram pontos passíveis de contradição e de implantação, (compreenda bem; implantação!) filosófico-espiritualística cunhada de vestimenta empírica.
Aspectos gerais:
Em toda a história humana praticamente todas as filosofias e “ciências” que se apresentaram como sendo respostas aos problemas humanos, tornaram-se religião, por isso fiz aquele breve resumo de alguns dos movimentos religiosos, que na verdade em suas origens diziam nada ter a ver com religiosidade. Isso ocorre quando um nome é demais ressaltado. Quando uma teoria é demais aclamada ou um pensamento é demais adorado.
Em nossa realidade social, um novo conceito vem surgindo com ares sutis de religiosidade, o Positivismo. O documentário “Quem Somos Nós” em sua essência fala muito mais de puro positivismo do que da Física Quântica como ciência das possibilidades. Química e Biologia ali serviram apenas para ilustrar uma idéia filosófica que tem início na ciência com Franz Anton Mesmer e filosoficamente com o Humanismo de Franchesco Petrarca do século XV.
Quanto ao conceito de realidade:
Não importa onde esteja a realidade, existência ou o que seja, ao longo de algumas horas você continuará a sentir fome e ao final do dia sentirá sono e irá dormir. Enquanto isso sua mente continuará a processar reflexos e seu organismo dará as condições natas para lhe manter vivo. Isso não é real ou não existe por si mesmo? Claro que sim!
Quando eu digo que a realidade independe da existência, no meu entender parece algo muito óbvio, é preciso apenas coerência, pois se tudo é uma única existência/realidade, e nós, parte desse mesmo tudo, qual é o meio para o VIR-A-SER da existência que compreende a nós e o tudo? A consciência humana? Uma energia, princípio ativo, composto de material energético e fluidos imanentes? Não, a consciência humana é uma expressão singular, reflexo e imagem (em atributos) daquEle que é a condição para o vir-a-ser da existência no qual se encontra nós e tudo que é existência. (obs; existir é vir-a-ser, pois nada existe que não tenha VINDO. Se existe, veio, e não é!)
Agora o que é a realidade? É a existência? Não, existir é, de fato, ser real, porém real enquanto existência, numa esfera que compete a própria existência humana. A existência é o fruto criado Pela Realidade, que parte dela numa expressão categórica de seus atributos para com o ser humano, e numa expressão categórica da vida para com as demais criações. A Realidade no meu entender, transcende o existir, condição necessária para o vir-a-ser do existir, pois caso contrário nenhuma existência seria capaz de ser, pois ela seria em que condição? Existência não parte de existência, existência parte do real. Em nossa esfera categórica de existência o real é a mente humana, da qual parte tudo o que podemos qualificar como sendo nossas criações, diferente dos animais que pertencem a mesma categoria de existência que nós, porém com atributos diferentes dos nossos. No entanto, nossa mente, que representa nossa forma de realidade potencialmente criadora, é apenas o reflexo, limitado, do Real absoluto e transcendente que dá/É as condições necessárias não apenas de nossa limitada realidade mental, como de tudo o que existe. É por isso que na Realidade transcendente não há princípio, justificando-se quando diz, “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim”, pois a compreensão de tempo é uma percepção restrita a esfera da categoria das coisas existentes, por isso podemos dizer que “a Realidade, apesar de real, NÃO EXISTE!”, diferente de nós, que existimos e por isso percebemos o tempo!
Agora perceba, quando Jesus nos deu entender que somos deuses, ele quis dizer que somos exatamente isso que expliquei acima, ou seja,somos imagem. Agora é conveniente salientar também, que o termo deuses do hebraico utilizado por Jesus, tem suas raízes numa cultura retratada já no antigo testamento, que servia para designar “aqueles que compunham o tribunal”, uma espécie de sala em que se reuniam os reis e seus principais oficiais para julgar as leis do seu povo, fato que pela responsabilidade foi taxado popularmente pelos povos como sendo “os deuses” do reinado. Portanto, além de Cristo evidenciar com este termo a relação, não de igualdade, mas de semelhança com o Deus Criador em atributos, não em divindade, ele faz uso de um termo que era compreendido em seu tempo popularmente como sendo“aqueles que detém o poder”, especialmente quando reflete que se somos filhos do Pai, temos, portanto, uma ligação direta com Ele, porém não em termos de igualdade de atributos, mas em semelhança.
Quanto ao positivismo fisicista:
O documentário apresenta uma violação radical as leis básicas da Biologia, pode parecer irônico, mas perceba: Cada elemento do espaço existencial possui suas próprias leis, são identificados por elas e elas é que determinam a subsistência de tais elementos, caso contrário não poderíamos ao olhar uma maçã e uma pêra, dizer quem é a maçã ou a pêra, se elas não possuíssem leis criativas próprias à espécie capaz de diferenciá-las naturalmente. Isto mais do que uma simples aparência de manutenção a vida, é uma garantia de que os elementos existenciais respondam a uma ordem pré-estabelecida, por leis naturais criadas harmonicamente para responder ao meio. Isto é:
Desmatar milhões de equitares de floresta, liberar toneladas de clorofluorcarboneto na atmosfera, isto sim são alterações feitas pelo humano ao meio como consequência ao seu modo de pensar, no entanto, o que explica que este meio possa se reestruturar, recuperar e se reorganizar mesmo quando não há ação direta humana em prol de sua preservação? Consciência humana ou leis naturais? _Leis naturais!
“Meu” positivismo é barrado quando me deparo com as leis pré-estabelecidas que regem o curso das possibilidades no espaço existencial das coisas. Estas leis não excluem a existência de variações, isto é, possibilidades, porém as variações igualmente não excluem que exista uma ordem no curso da existência. Posso pensar ser Deus, no entanto, continuo dependente de um conjunto de leis que sem as quais não vivo e sou dependente mesmo que eu queira pensar o contrário. Isso porque além de minha “realidade” (na verdade existência), existe algo maior que eu concentrando sob sua esfera de atuação toda a existência – a Realidade. Posso até pensar diferente e assim correr o risco de cair num mar de ilusão, acreditando que as ações dentro desse espaço existencial que nos IMPUTAM o conhecimento do que é certo ou errado são apenas (como diz Nietzsche) adjetivações linguísticas, embora minha realidade, imagem e semelhança do Deus, lá em meu íntimo se esforce para me dizer o contrário.
Não desconsidero a influência negativa dos nossos ânimos sobre os outros, até mesmo sobre a água, (como foi mostrado), no entanto essas possibilidades apenas demonstram que sou constituído de atributos relacionados a algo superior a mim, e que se existe um algo que ao longo da história humana vem advogando através de inúmeras culturas e manifestações, instrumentos subjetivos e objetivos, que não é apenas algo, mas que é “Aquele de onde tudo vem”, sob uma identidade pessoal, então compreenderei esse algo como sendo a causa de tais efeitos e reações numa manifestação viva de relação para com o homem/existência-criada.
Finalizando, o fato é que lamento muito as conclusões da maioria quando analisam vertentes teóricas sem ter obtido um conjunto suficiente de informações a despeito de outros posicionamentos, aceitam com facilidade tal coisa apenas por lhe ser conveniente. Para proferir opiniões sobre fatos complexos, que envolve conceitos humanos, não basta possuir Ph.D em certa disciplina, ser especialista em outra, é necessário mais que tudo ter o que de fato caracteriza um espírito científico diferenciado. É preciso saber correlacionar as muitas visões, fazendo uso de instrumentos avaliativos nos quais abarquem todas as disciplinas do conhecimento humano, isso significa possuir sabedoria.
Algum tempo atrás em minha adolescência, fui um pouco influenciado por literaturas que advogavam o status de
ciência, afirmando haver inúmeras provas para suas teorias e afirmações. Um dos materiais que me recordo e chamou-me bastante atenção pela pobreza dos seus argumentos, foi “Fundamentos Científicos da Parapsicologia” do Frei Albino Aresi. Terminei a leitura e me perguntei: onde estão as fundamentações? Triste observar o quanto a ciência pode ser manipulada em prol das mistificações alheias e com isso ganhar aspecto de religiosidade empírica.
Outro livro dos que lembro foi “Use o Poder de Sua Mente”, assim como “Hei de Vencer” e outros dessa linha que enriquecem o bolso dos que vendem em nome da auto-ajuda, mas que na verdade prevalecem não pelo poder das suas mentes ou “magnetismo quântico humano-projetado” (af!), mas pelo poder irônico do mais antigo método de sucesso; o marketing da necessidade!
Mais recentemente assisti o documentário “O Segredo”. Aspecto de seriedade, cientificidade, polêmica, então eu vi, porém me arrependi. Explico:
Ao que interessa:
Restringindo-nos mais a era moderna, temos no século XVII, (perceba, século 1700!) um sujeito que ganhou certa notoriedade com suas teorias, Franz Anton Mesmer, mais conhecido como Mesmer. Seu movimento, o Mesmerismo, repercutiu muito na Europa empolgada com a revolução industrial, as novas descobertas das ciências e o novo cenário religioso mundial iniciado com o advento da reforma protestante culminado lá por 1517-45, porém iniciado uns 300 anos antes sob atrofismos e omissões.
Mesmer advogava a idéia de que era possível curar, influenciar e alterar estados materiais e do consciente com a força magnética. Para isto desenvolveu diversos métodos, alguns semelhantes ao que é utilizado hoje na Rabdomância, uma espécie de varinha metálica, que segundo ele era capaz de detectar campos de força concentrada e a partir daí, atuar nesse campo, seja ele num corpo humano ou num simples ambiente, descentralizando ou canalizando tais forças para direções diferentes e assim curando o indivíduo ou modificando o quadro energético do ambiente. O magnetismo mesmeriano dizia também que tais forças não apenas se encontravam livres no meio que nos cerca, mas que também partem de nosso consciente, e por isso, podemos ter certo controle sobre as ações desse meio através da influência magnética. Portanto, era “controlando o poder do magnetismo que se podia manipular o meio”
(Essa idea não surgiu com Mesmer, ele apenas tentou atribuir cientificismo a uma filosofia religiosa há muito já existente)
Após isso, já no século XIX Hippolyte Léon Denizard D'Rivail, mais conhecido como Alan Kardec, resolveu escrever literaturas que, segundo ele, seriam compilações de uma nova doutrina ou conhecimento de forças espirituais a ele reveladas. A verdade, no entanto, é que Kardec inspirou-se não apenas nas teorias de Mesmer, como reorganizou escritos feitos décadas antes de suas principais publicações, ocorridas por volta de 1853 à 1858. O Espiritismo então organiza-se como algo revelado, embora seus conceitos sejam conhecidos a mais de 6 mil anos nos Vedas hindus, sendo esses (os Vedas) não apenas a fonte original para toda a teoria da reencarnação, evolução e divinização do ser humano, como a grande mãe para uma gama de filosofias religiosas modernas juntamente com o Taoismo chinês.
Já em 1875, a russa Helena Petrovna Blavatsky, após suas buscas na Europa e no Oriente por “elevação pessoal”, vai a Nova York e funda juntamente com outro místico chamado Henry Stel Olcot a Sociedade Tesófica, que semelhante ao espiritismo kardequiano suscita ares de ciência, filosofia, tendo como um dos credos principais a compreensão de que o humano é parte divina, de um imenso todo divino, em um grande tudo em evolução ( \o/ ).
Importante é saber e observar com esta minúscula exposição histórica, as raízes do que hoje vêm dar respaldo as muitas teorias filosófico-religiosamente-científicas (Ufa!) que temos em mãos, suas principais correntes como a Metafísica (hoje personificada como Física Quântica, pois a física quântica foi a metafísica da mecânica clássica e continua tendo numerosas teorias metafísicas), a Parapsicologia, (hoje com vertentes como a Psicologia transpessoal e mais simplesmente a Metapsicologia), a Rabdomância e agora a grande explosão das ciências orientais e seus efeitos mil e uma utilidade, enquadram um corpo teórico difícil de peneirar, principalmente quando misturam elementos ditos científicos com interesses de capital financeiro.
No documentário, para os cientistas que enfatizaram dizendo “a Física Quântica é a ciência das possibilidades”, até que no decorrer do mesmo fizeram inúmeras afirmações, agravando ainda mais quando aproximava-se do final e já não eram simples afirmações, mas colocações conclusivas, isto é, onde ficou a ciência das possibilidades? Ok, provavelmente estava quando preparavam um arsenal de postulados teóricos para convencer e literalmente----impressionar----- aqueles que, de fato, são mais propensos a crenças parciais e embaladas pelo desejo de ser deus. Estes que logo se manifestam nos comentários afirmativos, cheios de EU, cheios deachologias, pouco de pensamento sistemático.
Estou criticando a Física Quântica? Claro que não. Sou contra a Física Quântica? Claro que não! Isso iria de encontro a muito do que penso, estou apontando, limitadamente, sem qualquer instrumento e apoio teórico visível (não porque falte, e se faltasse não escreveria) àquilo que na apresentação dos teóricos apresentados no documentário foram pontos passíveis de contradição e de implantação, (compreenda bem; implantação!) filosófico-espiritualística cunhada de vestimenta empírica.
Aspectos gerais:
Em toda a história humana praticamente todas as filosofias e “ciências” que se apresentaram como sendo respostas aos problemas humanos, tornaram-se religião, por isso fiz aquele breve resumo de alguns dos movimentos religiosos, que na verdade em suas origens diziam nada ter a ver com religiosidade. Isso ocorre quando um nome é demais ressaltado. Quando uma teoria é demais aclamada ou um pensamento é demais adorado.
Em nossa realidade social, um novo conceito vem surgindo com ares sutis de religiosidade, o Positivismo. O documentário “Quem Somos Nós” em sua essência fala muito mais de puro positivismo do que da Física Quântica como ciência das possibilidades. Química e Biologia ali serviram apenas para ilustrar uma idéia filosófica que tem início na ciência com Franz Anton Mesmer e filosoficamente com o Humanismo de Franchesco Petrarca do século XV.
Quanto ao conceito de realidade:
Não importa onde esteja a realidade, existência ou o que seja, ao longo de algumas horas você continuará a sentir fome e ao final do dia sentirá sono e irá dormir. Enquanto isso sua mente continuará a processar reflexos e seu organismo dará as condições natas para lhe manter vivo. Isso não é real ou não existe por si mesmo? Claro que sim!
Quando eu digo que a realidade independe da existência, no meu entender parece algo muito óbvio, é preciso apenas coerência, pois se tudo é uma única existência/realidade, e nós, parte desse mesmo tudo, qual é o meio para o VIR-A-SER da existência que compreende a nós e o tudo? A consciência humana? Uma energia, princípio ativo, composto de material energético e fluidos imanentes? Não, a consciência humana é uma expressão singular, reflexo e imagem (em atributos) daquEle que é a condição para o vir-a-ser da existência no qual se encontra nós e tudo que é existência. (obs; existir é vir-a-ser, pois nada existe que não tenha VINDO. Se existe, veio, e não é!)
Agora o que é a realidade? É a existência? Não, existir é, de fato, ser real, porém real enquanto existência, numa esfera que compete a própria existência humana. A existência é o fruto criado Pela Realidade, que parte dela numa expressão categórica de seus atributos para com o ser humano, e numa expressão categórica da vida para com as demais criações. A Realidade no meu entender, transcende o existir, condição necessária para o vir-a-ser do existir, pois caso contrário nenhuma existência seria capaz de ser, pois ela seria em que condição? Existência não parte de existência, existência parte do real. Em nossa esfera categórica de existência o real é a mente humana, da qual parte tudo o que podemos qualificar como sendo nossas criações, diferente dos animais que pertencem a mesma categoria de existência que nós, porém com atributos diferentes dos nossos. No entanto, nossa mente, que representa nossa forma de realidade potencialmente criadora, é apenas o reflexo, limitado, do Real absoluto e transcendente que dá/É as condições necessárias não apenas de nossa limitada realidade mental, como de tudo o que existe. É por isso que na Realidade transcendente não há princípio, justificando-se quando diz, “Eu sou o Alfa e o Ômega, o Começo e o Fim”, pois a compreensão de tempo é uma percepção restrita a esfera da categoria das coisas existentes, por isso podemos dizer que “a Realidade, apesar de real, NÃO EXISTE!”, diferente de nós, que existimos e por isso percebemos o tempo!
Agora perceba, quando Jesus nos deu entender que somos deuses, ele quis dizer que somos exatamente isso que expliquei acima, ou seja,somos imagem. Agora é conveniente salientar também, que o termo deuses do hebraico utilizado por Jesus, tem suas raízes numa cultura retratada já no antigo testamento, que servia para designar “aqueles que compunham o tribunal”, uma espécie de sala em que se reuniam os reis e seus principais oficiais para julgar as leis do seu povo, fato que pela responsabilidade foi taxado popularmente pelos povos como sendo “os deuses” do reinado. Portanto, além de Cristo evidenciar com este termo a relação, não de igualdade, mas de semelhança com o Deus Criador em atributos, não em divindade, ele faz uso de um termo que era compreendido em seu tempo popularmente como sendo“aqueles que detém o poder”, especialmente quando reflete que se somos filhos do Pai, temos, portanto, uma ligação direta com Ele, porém não em termos de igualdade de atributos, mas em semelhança.
Quanto ao positivismo fisicista:
O documentário apresenta uma violação radical as leis básicas da Biologia, pode parecer irônico, mas perceba: Cada elemento do espaço existencial possui suas próprias leis, são identificados por elas e elas é que determinam a subsistência de tais elementos, caso contrário não poderíamos ao olhar uma maçã e uma pêra, dizer quem é a maçã ou a pêra, se elas não possuíssem leis criativas próprias à espécie capaz de diferenciá-las naturalmente. Isto mais do que uma simples aparência de manutenção a vida, é uma garantia de que os elementos existenciais respondam a uma ordem pré-estabelecida, por leis naturais criadas harmonicamente para responder ao meio. Isto é:
O meio se configura na garantia de que possamos sobreviver, as alterações deste são alterações não em nossa mente por si só, mas em nosso modo de agir e interferir nas leis que regem este meio.
Desmatar milhões de equitares de floresta, liberar toneladas de clorofluorcarboneto na atmosfera, isto sim são alterações feitas pelo humano ao meio como consequência ao seu modo de pensar, no entanto, o que explica que este meio possa se reestruturar, recuperar e se reorganizar mesmo quando não há ação direta humana em prol de sua preservação? Consciência humana ou leis naturais? _Leis naturais!
“Meu” positivismo é barrado quando me deparo com as leis pré-estabelecidas que regem o curso das possibilidades no espaço existencial das coisas. Estas leis não excluem a existência de variações, isto é, possibilidades, porém as variações igualmente não excluem que exista uma ordem no curso da existência. Posso pensar ser Deus, no entanto, continuo dependente de um conjunto de leis que sem as quais não vivo e sou dependente mesmo que eu queira pensar o contrário. Isso porque além de minha “realidade” (na verdade existência), existe algo maior que eu concentrando sob sua esfera de atuação toda a existência – a Realidade. Posso até pensar diferente e assim correr o risco de cair num mar de ilusão, acreditando que as ações dentro desse espaço existencial que nos IMPUTAM o conhecimento do que é certo ou errado são apenas (como diz Nietzsche) adjetivações linguísticas, embora minha realidade, imagem e semelhança do Deus, lá em meu íntimo se esforce para me dizer o contrário.
Não desconsidero a influência negativa dos nossos ânimos sobre os outros, até mesmo sobre a água, (como foi mostrado), no entanto essas possibilidades apenas demonstram que sou constituído de atributos relacionados a algo superior a mim, e que se existe um algo que ao longo da história humana vem advogando através de inúmeras culturas e manifestações, instrumentos subjetivos e objetivos, que não é apenas algo, mas que é “Aquele de onde tudo vem”, sob uma identidade pessoal, então compreenderei esse algo como sendo a causa de tais efeitos e reações numa manifestação viva de relação para com o homem/existência-criada.
Finalizando, o fato é que lamento muito as conclusões da maioria quando analisam vertentes teóricas sem ter obtido um conjunto suficiente de informações a despeito de outros posicionamentos, aceitam com facilidade tal coisa apenas por lhe ser conveniente. Para proferir opiniões sobre fatos complexos, que envolve conceitos humanos, não basta possuir Ph.D em certa disciplina, ser especialista em outra, é necessário mais que tudo ter o que de fato caracteriza um espírito científico diferenciado. É preciso saber correlacionar as muitas visões, fazendo uso de instrumentos avaliativos nos quais abarquem todas as disciplinas do conhecimento humano, isso significa possuir sabedoria.
Se você tem uma opinião, coloque em seu comentário logo abaixo. Abraço.
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